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Mostrando postagens de 2017

A feminização do desequilíbrio - ou por que homens não fazem terapia?

Começo dizendo que sei que, apesar de não ser um número expressivo, há homens que fazem alguma espécie de terapia, mas meu ponto com esse texto é que a proporção de mulheres que buscam essa ajuda para lidar com suas questões psicológicas e emocionais é absurdamente maior. Vejo com frequência homens em sofrimento muito resistentes a entrar em algum tipo de tratamento terapêutico, como se eles fossem bons demais pra isso, como se não precisassem de ajuda em nada, como se isso fosse coisa de gente doida, ou pior, como se fosse "coisa de mulher".  Fico pensando que essa idéia culturalmente enraizada da mulher histérica, emocionalmente desequilibrada, em contraste com a do homem forte e independente contribui muito pra essa resistência masculina, mesmo nos meios mais "descolados" e pretensamente desconstruídos. E aí fico pensando o impacto que essa ausência de investimento em auto-conhecimento e auto-transformação por parte dos homens tem na nossa sociedade: como

Precisamos falar sobre sexo

Pode-se pensar a princípio que já falamos demais sobre isso. Realmente, na internet, na televisão, nas mesas de bar, muito se fala sobre um certo ideal de sexo. Mas sobre o que da fato acontece na vida real fala-se muito pouco. Muitas vezes o próprio casal (seja fixo ou eventual) não consegue conversar sobre o que foi bom, o que não foi, o que e como melhorar.  E foi esse vídeo aqui  que me motivou a escrever sobre isso, porque têm coisas muito sérias acontecendo por aí sendo chamadas de sexo. E isso é uma questão que diz respeito a todo mundo, mulheres, homens e trans seja de que orientação sexual forem.  Eu particularmente estou mais familiarizada com a dificuldade que as mulheres heterossexuais têm de se colocar, de parar quando tá ruim, de dizer o que gostam e o que não gostam, de sentir prazer e de se empoderarem pra sair da posição de objeto ou de benfeitoras (que priorizam o prazer do parceiro em detrimento do seu próprio). Falo então desse lugar, sem que isso signi

Intimidade e DST: pelo direito de não transar

*Esse é um texto direcionado principalmente às mulheres bi ou heterossexuais Acho que está na hora de conversarmos seriamente sobre DST e intimidade.  Tenho pensado como a luta (importantíssima) pela liberdade sexual feminina e suas conquistas trouxe consequências com as quais temos que lidar, porque tudo nessa vida tem prós e contras. Um desses contras é quanto estamos expostas a doenças sexualmente transmissíveis (das mais leves às mais sérias). O outro desses contras é o quanto muitas vezes nos sentimos obrigadas, às vezes inconscientemente, a fazer um uso intenso e indiscriminado dessa liberdade e acabamos transando com gente nada a ver (e, de novo, nos expondo a riscos). Poder transar no primeiro encontro sem ninguém julgando ou enchendo o saco é uma conquista feminista importante, afinal de contas, nosso corpo, nossa vida, nossas regras. Mas essa liberdade não é só feminista, muitas vezes ela vira nossa inimiga. Exemplifico: uma vez, há muitos anos atrás, fiquei c