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Mostrando postagens de abril, 2014

Nada mais nada menos que uma chocadeira: sobre Adelir e a desmilitarização

Nathalia Duarte e Joviano Mayer Há uma frase feminista já bastante difundida que diz que “feminismo é a ideia radical de que mulheres são gente”. “Que exagero!”, dirão alguns, “é claro que mulheres são gente, todo mundo sabe disso”. Bom, aparentemente o Estado brasileiro ainda não tem esse entendimento. Para ele, somos nada mais nada menos do que chocadeiras que parirão os homens (pilares da sociedade) e mulheres (que no futuro irão parir mais homens). A quem acha que essa afirmação é muito radical, respondemos que radical é a violência à qual Adelir Carmen Lemos de Góes foi recentemente submetida, assim como acontece com inúmeras mulheres diariamente no Brasil. Arte: Bruna Barros rabiscodiario.tumblr.com O caso de Adelir, no entanto, explicita de forma incontestável a violência obstetrícia (mais uma das 238.587 formas de violência que atingem as mulheres) e evidencia, ainda, o papel ativo do Estado na colocação da mulher no lugar de mera chocadeira a despeito da sua con

Cientista comprova: a pesquisa do IPEA não está errada

Sobre o suposto erro na pesquisa do IPEA, tenho algumas coisas a dizer, já que, além de mulher, sou cientista social. Todas, simplesmente TODAS, as pesquisas quantitativas podem ser contestadas (e claro, as qualitativas também), porque as ciências humanas (eu incluiria também as naturais e exatas, mas deixa isso prum outro texto) não são e jamais serão objetivas. A forma como se pergunta sempre irá influir na resposta, assim como QUEM pergunta, QUANDO, ONDE e PARA QUEM se pergunta (a esse respeito, gosto sempre de lembrar a famosa pesquisa realizada em São Paulo em 1988 na qual 97% dos entrevistados afirmaram não ter preconceito racial, ao passo que 98% destes mesmos entrevistados  afirmaram conhecer pessoas de seu círculo próximo que tinham, sim, preconceito). Amostras sempre podem ser enviesadas, "erros" de aplicação de questionário sempre ocorrerão. São humanos lidando com humanos, oras! Como cientista social que sou (e olha que nem entendo muito de sociologia qu